segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Brasil nos relatos de viajantes ingleses do século XVIII : produção de discurso sobre o Novo Mundo.

Esse Artigo de Ângela Domingues é algo interessante a se discutir , pois retrata do que talvez tenha sido o principal motivo para a ‘massificação’ de um discurso sobre o Brasil,o discurso que até hoje ainda é alvo de  divergências entre os principais historiadores brasileiros – o da evolução da colônia como sendo fator resultante do “conhecimento científico” dos Europeus. Então, no meio dessa dualidade entre o Europeu (principalmente pela figura dos navegantes ingleses – e vale ressaltar também os ibéricos) e os Brasileiros “ditos como inadimplentes de qualquer inteligência e ausentes  no fator cultura e civilidade", a autora aponta como esse “cientificismo”  importado foi fundamental para a visão desse NOVO MUNDO brasileiro, como uma colônia que só veio a se desenvolver com as inovações trazidas de fora ; com a Bússula, o aperfeiçoamento do astrolábio, os conhecimentos  cientificistas , a astronomia, cartografia etc.  Para isso, os navegantes , escritores e viajantes utilizavam sempre do mesmo artifício, o de que como pessoas cultas, estudadas , informadas e desenvolvidas de tecnologias e pertencente de técnicas de estudo tão engrandecedora quanto divinas e que assim poderia utilizar desses fatores e, “deslealmente” o favorecer para a construção de uma verdade do litoral perante os europeus e para o  interior do subconsciente sul-americano.Talvez isso explique porque sempre  fomos programados para associar o nosso povo e nosso cultura como atrasada, impontente e dependente da “ciência européia” para o desenvolvimento, pois na verdade nós não tivemos vozes, não tivemos escolha – pois ( fomos) uma sociedade implantada aos moldes dos "outros" e não aos nossos, INFELIZMENTE.

A doença revelando a historia (Anny Jackeline Torres da Silveira e Dilene Raimundo do Nascimento)


Uma historia das doenças,

         Nos últimos anos, a pesquisa histórica, sobre a história das doenças sofre uma expressiva expansão. Este alargamento recebe contribuição de outros campos como: a história demográfica, a antropologia social, a historia da cultura material e mental. Nesse estudo também se tem o englobamento sobre o estudo de doenças crônicas, endêmicas e epidêmicas. O estudo sobre a historia das doenças é visto pelo historiadores como uma construção histórica ligada a todos os acontecimento do ser humano .Logo pode perceber que como a historia , a doença ,como fenômeno social, também é uma construção.
       A historia das doenças também pode revelar uma enorme gama de questões, como por exemplo, interpretar estas como uma possibilidade de conhecimento sobre estruturas e mudanças sociais, dinâmica demográfica e de deslocamento populacional, reações societárias, constituição do Estado e de identidades nacionais, emergência e distribuição de doenças processos de construção de identidades individuais, constituição de campos de saber e disciplinas. Nos anos 60 ocorre, Asa Briggs afirmava sobre o estudo das diversas aparições do cólera no século XIX como uma historia social.Na década de 70, os historiadores Jacques Revel e Jean-PierrePeter dedica a doença os novos objetos da historia.OS estudos da história das doenças também recebeu uma contribuição da escola dos analles ,que estimulou a pesquisa em todas as dimensões da vida material desde o nascimento até a morte.Ainda nos anos 70 William McNeill criticava a falta de percepção ate então revelada pelos historiadores quanto a importância das doenças acusando de não valorizarem o papel na historia.Ele procura traçar os encontroa da humanidade com as doenças infecciosas e as profundas conseqüências de novos contatos entre povos com experiências imunológicas distintas.
         Sobre a produção historiográfica referente ao assunto, estudos antropológicos e sociológicos vêm explorando o domínio da construção social e simbólica da doença nas mais diversas sociedade. O aspecto cultural também tem enfoque na Historia das doenças, François Delaporte ,privilegia este aspecto numa perspectiva que da destaque á a ciência. Contudo, a historiografia sobre as doenças constitui um verdadeiro sub campo de pesquisas, no qual uma variada do fenômeno patológico em suas dimensões coletiva articula-se ao tema da representação social da doença.
       Com relação ao tema pode-se dizer que a narrativa literária e cientifica são essenciais para revelar a função cultural das representações sobre as doenças em nossas sociedades, interpretando e contrapondo as alegorias existentes em ambos os discursos.


referências:
 Uma história brasileira das doenças/ Dilene Raimundo do Nascimento, Diana Maul de Carvalho et alii- Brasilia: Paralelo 15, 2004.


ESCREVER A HISTÓRIA, DOMESTICAR O PASSADO Manoel Luiz Salgado Guimarães


CONFIGURANDO UMA POSSIBILIDADE: A NARRATIVA HISTÓRICA
Ulisses - Odisséia
Profundamente inspirados na narrativa clássica grega, mais especificamente a “Odisséia”, vários autores, como Auerbach e Hananh Arendt, procuram recepcionar as diversas concepções de escrita histórica; dentre os diferentes pontos de vista desses autores, podemos destacar François Hartog como o estudo mais recente (1996), que remonta a fundamentação do privilégio do olhar, como forma de conhecimento pautado na sua observação do viajante Ulisses.
Hartog conduz seu texto, baseando-se na elaboração memória/lembrança para compor os fatos passados, relacionados paralelamente à viagem de retorno de Ulisses ao seu país de origem, depois de uma ausência de muitos anos.
O objetivo de Manuel Luiz Salgado Guimarães, nesse artigo, é destacar um dos aspectos centrais do trabalho da narrativa histórica, pautada num controle, numa ordenação e numa domesticação das experiências vividas, afetadas e movidas pelos sentimentos, afetos e paixões, cuja natureza pode se mostrar disruptiva e desorganizadora, enfatizando que o trabalho da narrativa é ordenar, dar forma e tornar significativo um conjunto de experiências e vivências dispersas, segundo padrões e dispositivos capazes de serem apreendidos por uma comunidade de leitores/intérpretes; porém, opera necessariamente a partir de um trabalho de domesticação desse passado através de necessidades e demandas que não são, obviamente, do próprio passado.
O SÉCULO XIX E O PROJETO DE UMA DISCIPLINARIZAÇÃO DA HISTÓRIA



A escrita da história, a partir do século XIX começou a passar por um processo de profissionalização e organização, como uma disciplina que passava a ser detentora de toda enunciação legítima do passado, mesmo não se dando em todas as esferas culturais da mesma forma e segundo os mesmos princípios e tradições; mas de um modelo unívoco e rígido de conceber a escrita da história que parecia dar unidade ao campo no referido século, o qual era atravessado por disputas e tensões, por modelos alternativos de recepcionar sua prática e por tradições diversas em termos de gêneros adequados à exposição dos fatos narrados. A concepção de um moderno conceito de história também surge dentro dessa perspectiva, sob o olhar de Reinhart Koselleck.
Adentrando mais nesse item, as implicações políticas de um projeto dessa monta têm sido também objeto de inúmeros trabalhos e pesquisas, especialmente a profunda relação a ser estabelecida entre a profissionalização, a disciplinarização e a constituição do campo da história e dos Estados nacionais modernos.
Para ilustrar esse pensamento, Salgado Guimarães recorre ao âmbito dos desdobramentos políticos da Revolução Francesa, para podermos compreender a importância e a dimensão de um projeto de constituição da disciplina “História”, em paralelo à constituição das nações modernas.

GUIZOT: ENTRE A POLÍTICA E A HISTÓRIA

Destacando a geração de historiadores liberais franceses, alçados ao poder com a revolução de 1930, a que mais dramaticamente experimentou os dilemas decorrentes da necessidade de uma escrita da história nacional. Essa necessidade para uma sociedade que sofreu um movimento que se afirmava rompendo com o passado do Antigo Regime, o qual foi visto como fonte de infortúnios e desgraças e, portanto, cuja superação se configurava como condição do próprio presente.
François Guizot é o principal representante dessa leva de historiadores dedicados também à política, com seu projeto de uma administração do passado pelo estado como condição de forjar as bases sólidas da sociedade do presente.
Nesse contexto, os limites entre a história e a política parecem claramente definidos: há um tempo específico que torna os eventos próprios a serem tratados pela história e por isso mesmo não são mais objeto da política, entendida como um campo onde os conflitos são evidentes e movem as ações, portanto, não deve ser este, o lugar da história. Para Guizot este é o momento que antecede a Revolução Francesa.
Queda da Bastilha



QUARENTA ANOS DEPOIS: MEMÓRIA E HISTÓRIA OU HISTÓRIA DA MEMÓRIA

Moscou, 60 anos após a II Guerra Mundial

Redemocratização

Mencionando fragmentos de discursos de dois homens públicos, no exercício da política, sobre dois fatos distintos, ocorridos num passado não muito distante, podemos perceber que Salgado Guimarães demonstra a preocupação dos mesmos defrontados com os desafios impostos pelo passado recente de suas sociedades.
Passado que, pela sua dimensão traumática (guardadas suas evidentes diferenças), pode dividir gerações vivendo em uma mesma época, assinalada por Guisot, quando se inquietava a esse respeito devido aos desdobramentos possíveis para a vida das sociedades, com riscos para a vida em comum.
Ainda para Guisot, o encerramento, o término de um episódio, se faz pertinente para a escrita de um novo presente, a exemplo da Revolução Francesa. Curiosamente somos nós os historiadores convocados para esta tarefa, a de “fixar a justa” memória, e pela operação historiográfica livrar o presente das disputas do passado, impedindo que este continue sendo matéria de contenda, de interrogação e possa ser só presente!


Referências:

SALGADO, Manoel Luiz. Escrever a história, domesticar o passado. In: Lopes, Antonio H. História e Linguagens. Rio de Janeiro: 7 letras, 2006, P. 45-58.

Referências:

Imagens

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Postagem de Apresentação do Blog

Postagem de Apresentação

Bem, essa primeira postagem é para uma apresentação dos estudantes e autores do blog, professor, proposta do blog, etc. Como sabemos , e também especificado nas apresentações do blog, esse blog foi restritamente criado com intuíto de trabalho universitário, sendo esse mesmo criado restritamente para apresentação à avalição do professor,por isso tem sido configurado para  uso particular e podendo ser restrito aos seguidores do blog, em outras palavras, os alunos da cadeira.

O Grupo é apresentado por :
Victor
Raimundo
Janaína
Maria Luísa



Para compreender a historiografia vamos apresentar inicialmente um vídeo onde será trabalhado o fazer do historiador e o estudo da História.

Papo de Historiadores

Blog criado por alunos da UFCG do curso de Historiografia Brasileira por Iranilson Burity, sendo este dedicado a divulgação da importância da história historiográfica para a(s) metodologias da história.